15 de outubro de 2019

O tempo é algo relativo porque depende de um ponto de referência. Podemos medi-lo em horas, dias, semanas, meses ou anos. Às vezes, a velocidade com que o tempo passa nunca é a que gostaríamos: ou passa muito rápido ou muito devagar.

Se estamos em uma situação maravilhosa, o tempo parece que passa rápido demais. Mas, quando gostaríamos que passasse rápido, tudo fica lento. Principalmente, quando a situação requer esquecimento de algo ruim. Sempre vem acompanhado por alguma dor e sofrimento, por isso esse caso é o mais complicado!

Quanto mais desejamos que o tempo passe, aí é que ele vai lentamente. Fica a pergunta: por que será que é assim? Talvez porque precisamos aprender alguma coisa e, nesse caso, o tempo poderia ser uma aliado. Mas, entender por esse lado não se resume em uma explicação muito simples.

Os motivos por que não entendemos é que a dor e o sofrimento não nos deixam refletir muito bem sobre o que nos levou exatamente a esse ponto. O tempo quer nos mostrar algo: o porquê de tomarmos decisões que podem nos levar a complicações e, por isso, sentirmos tanto sofrimento. O tempo poderia ser um aliado para percebermos nossas falhas e nunca mais cometermos os mesmos erros ou equívocos. Também nos ensina a não tomarmos decisões precipitadas sobre certos assuntos, sejam eles quais forem.

Vemos agora que o tempo para as nossas reflexões dependem de um ponto de referência: as situações em que nos metemos e podem nos levar a algo que pode não ser muito agradável. Para sair da mesma situação, precisaremos do tempo, mesmo que sintamos dor e sofrimento. Quanto mais nos afastamos temporalmente daquilo que nos provoca essas coisas más, mais iremos nos curar delas.

Assim, sendo a nossa vida a referência de tudo o que nos acontece, é o tempo que vai apagar as pegadas deixadas em caminhos tortuosos. Será ele que vai secar o suor de um trabalho tão arduamente executado. Vai ser o tempo que nos trará a cura dos nossos piores males…

… que nos fará alçar outros voos inexplicáveis…
… que nos fará respirar novos ares…
… que nos levará por outros mares…
… que nos apresentará novos amores e amares.

E, se depois de tudo isso, de todo tempo percorrido, confundido com uma forma de eternidade, a nossa vida não mudar, é porque precisamos dar mais tempo ao nosso tempo, até que o próprio tempo seja nosso aliado e o nosso melhor mestre.

Essa crônica foi postada por Paulo Bocca Nunes em https://pauloboccanunes-cronicas.blogspot.com/2019/10/o-tempo-como-amigo.html, em 15 de outubro de 2019.

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